AULA PRÁTICA: PREPARO DE MEIOS DE CULTURAS

 

DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA


PROF. DR. LUIS CARLOS F. CARVALHO





Objetivo: Familiarizar o aluno com o preparo dos meios de cultura mais usados em microbiologia; Discutir a aplicação de meios específicos para o cultivo de microrganismos distintos

Princípio: Os microrganismos, para um crescimento adequado, necessitam de nutrientes (fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fosfato, etc., ) e condições ambientais favoráveis (pH, pressão osmótica, temperatura, umidade, etc.,).

Meios de cultura são associação qualitativa e quantitativa de substâncias que permitem o cultivo de microrganismos fora do meio natural. Em condições naturais, nos diversos “habitats”, os microrganismos ocorrem em populações mistas. Os meios de cultura permitem isolar os microrganismos para estudo e pesquisa.

Material: Peptona, extrato de carne, ágar-agar, ágar Mueller-Hinton, Caldo BHI, sangue de carneiro desfibrinado, tubos contendo 10ml de ágar-base estéril PH-metron, placas de Petri estéreis, pipetas de 1ml estéril, balança, provetas.


Equipamentos: Autoclave, cronômetro, Banho-Maria a 55ºC



   Ágar Mueller Hinton

Modo de preparação:

Suspender 38,0g em 1000ml de água destilada ou deionizada e aquecer até ebulição para dissolver completamente. Esterilizar em autoclave durante 10 min, a 15 atm de pressão (121ºC), esfriar a 50ºC e distribuir em placas de Petri.



Comentários:

Desde o inicio, os microbiologistas aprenderam que podiam cultivar uma grande variedade de bactérias em “caldos”, obtidos pela cocção de tecidos animais ou vegetais. Em 1923, Mueller, tentando definir esta vaga necessidade, em termos de compostos específicos, descobriu o então desconhecido aminoácido, metionina. A nutrição bacteriana tornou-se campo dinâmico durante os anos subsequentes; porém com o reconhecimento da unidade bioquímica, os vários esquemas nutritivos revelaram ser simplesmente pequenas variações de um tema central e o estudo da nutrição bacteriana perdeu muito de seu interesse teórico. Apesar disso, este campo detém sua importância prática e ainda apresenta desafios; por exemplos, o bacilo da lepra, o treponema da sífilis e riquétsias não podem ser cultivados em meios artificiais.

Inicialmente, o único método existente para contagem de bactérias ou para o isolamento de culturas puras (clones), era a diluição até a extinção, isto é, até a perda da infectividade. Um progresso importante foi a introdução dos meios sólidos por Koch. Os materiais usados inicialmente eram pouco satisfatórios: a superfície da batata cortada podia permitir um crescimento confluente, enquanto que a gelatina permanecia sólida apenas em temperaturas relativamente baixas, sendo liquefeita por muitos microrganismos. Assim sendo, Frau Hesse, esposa de um médico e bacteriologista amador alemão, introduziu o ágar, um produto japonês que ela empregava para engrossar as sopas. 

O ágar (do malaio “ágar-ágar”) é um polissacarídeo obtido de certas algas marinhas (várias algas vermelhas). Constitui-se primariamente de galactose, com um radical sulfato para cada 10 ou 50 resíduos.

O ágar mostrou-se ideal para formar meios sólidos. Não é tóxico para a bactéria, e muito poucas conseguem atacá-lo. Em concentrações de 1,5 a 2,0% apresentam uma superfície úmida para permitir crescimento, mas seca o bastante para manter separadas as colônias (Excepcionalmente, certos microrganismos móveis, como Proteus, exigem ágar a 5% para impedir a formação do véu. Após a fusão entre 80 e 100ºC, as soluções de ágar permanecem líquidas até 45-50ºC, temperatura que muitas bactérias toleram por alguns instantes; após a solidificação em temperatura ambiente, permanecem sólidas até muito acima de 37ºC. A estrutura fibrosa de um gel é suficientemente compacta para impedir a movimentação de bactérias no seu interior, mas bastante aberta para permitir a difusão, até mesmo de nutrientes macromoleculares.

O meio de cultura pode ser líquido ou sólido, e em laboratório geralmente é usado o Ágar-agar;

Foi-nos apresentados em laboratório o Ágar-agar (polissacarídio complexo obtido de alga marinha vermelha). Ele é utilizado como agente solidificante e altamente nutritivo para os microrganismos e não se degrada facilmente com a ação destes.

Na prática, usou-se esse composto misturado a água para formar uma solução gelatinosa. Para calcular quanto se deveria usar do composto, faz-se uma regra de três simples. 

O preparo normal geralmente é de 1000 ml de água para cada 90 gramas de Ágar-agar e seguindo essa regra, usou- se 13 g do Ágar-agar para cada 150 ml, que foi devidamente pesado e colocado no dentro do erlenmayer para formar a solução. 

Logo em seguida o erlenmayer foi coberto com um papel cartolina e juntamente com as placas de petri devidamente embalados foram colocados dentro da autoclave. 

Seguindo todos os passos de segurança e lacrada corretamente, a solução preparada foi esterilizada a pressão de 1 atm à 121 °C por 15 min.





















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